
O ETF cripto ETHE11 disparou 180% nos últimos quatro meses. A intensa valorização começou logo após os primeiros anúncios do presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifaço a inúmeros países do mundo, no começo de abril, quando o valor global das criptomoedas recuou às mínimas de 2025.
Assim, junto com o Bitcoin, o ETF ETHE11 tocou sua mínima anual, cotado a R$ 25,31 no início de abril. Desde então, porém, saltou quase 3 vezes, fechando a última sessão, nesta terça-feira (12), cotado a R$ 70,96 – alta de 5,7% sobre segunda (11). Apenas em agosto, avança 17,10%.
Do ponto de vista da análise técnica, a disparada levou o ativo a se afastar das médias móveis, deixando o Índice de Força Relativa (IFR 14) em 73,86 pontos, em ponto de sobrecompra.
Esse cenário, portanto, aumenta a probabilidade de uma correção no curto prazo, embora o gráfico ainda não tenha confirmado um sinal de reversão da tendência de alta do ativo.
Análise técnica ETHE11
Para dar continuidade ao movimento de alta, o ETHE11 precisa superar a resistência em R$ 72,74. Caso o rompimento ocorra, o ativo pode buscar o topo histórico em R$ 80,16 e, se superado, abrir espaço para novas máximas.
No cenário oposto, a perda do suporte em R$ 65,67 pode iniciar um movimento corretivo com alvos em R$ 56,50 e R$ 47,80.
Em correções mais profundas, entram no radar a média de 200 períodos em R$ 38,41, seguida de R$ 35,27 e a mínima em R$ 25,31.

ETHE11: O que há por trás da alta?
A recente alta das criptomoedas, liderada por Bitcoin e Ethereum, não é fruto apenas de movimentos especulativos de curto prazo.
Para Alexandre Wolwacz, o Stormer, sócio-fundador da Liberta Investimentos, o cenário atual combina três forças que têm potencial para redefinir a relação entre investidores e ativos digitais: aumento da liquidez global, entrada de instituições no mercado e perda de confiança nas moedas fiduciárias.
“O principal fator que influencia as criptomoedas hoje no mundo realmente é a quantidade de dólares circulantes no planeta, ou seja, aquilo que recebe o nome de M2 global”, explica.
Segundo ele, quanto maior a oferta de moeda norte-americana, maior a tendência de que parte desse capital migre para ativos menos expostos à inflação — como o BTC, um ativo que é anti-inflacionário cuja emissão anual representa apenas 1,7% do total em circulação.
Stormer destaca ainda que tanto o Bitcoin quanto o Ethereum têm avançado na adoção corporativa, ganhando espaço como reserva de valor em grandes empresas. “Isso começou a ganhar tração no mundo institucional”, afirma.
Um exemplo foi o recente apoio do presidente Donald Trump à criação de um fundo de reserva em criptomoedas nos Estados Unidos.
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Análise técnica Bitcoin (BITH11)
Enquanto isso, o BITH11 – ETF correlacionado ao Bitcoin – também mantém tendência de alta no médio prazo, mesmo que em menor intensidade, frente ao ETHE11.
Em abril, o ativo registrou a mínima do ano em R$ 102,31, ponto que atraiu forte fluxo comprador. Desde então, acumula valorização superior a 40%, fechando a última sessão cotado a R$ 146,92 (-0,21%). No acumulado de 2025, sobe 8,95%, mas em agosto recua 1,38%, refletindo perda momentânea de fôlego.
Em relação ao cenário técnico, o BITH11 negocia próximo ao topo histórico, mas em movimento corretivo. Para retomar a força compradora, será necessário romper a resistência em R$ 153,77, o que abriria espaço para buscar R$ 167,40, R$ 185,15 e R$ 195,00.
Caso perca o suporte em R$ 142,45, o ativo pode recuar para R$ 125,75 e, em seguida, para R$ 102,31 e R$ 91,44. Em um cenário de correção mais profunda, o nível de R$ 66,70 é projetado como suporte de longo prazo.

Cenário internacional cripto
Stormer observa ainda que tensões geopolíticas e comerciais também impulsionam a demanda pelos criptos. Segundo ele, a injeção de mais de US$100 bilhões pelo Federal Reserve elevou ainda mais o M2 global, pressionando o valor do dólar frente a ações, commodities e criptoativos.
“Essa criação de dólares automaticamente faz com que o dólar perca o seu poder de compra frente a todos os ativos mundiais, desde ações, passando por commodity e finalizando por criptomoedas”, afirma.
O resultado é um movimento de alta que, na visão do especialista, já está em um estágio relacionado a alguns fatores, tais como instituições comprando cripto e adicionando aos portfólios, pessoas físicas buscando ETFs ou exposição direta e uma moeda norte-americana perdendo valor de compra.
“Isso automaticamente produz uma valorização tanto do Bitcoin quanto do Ethereum”, conclui.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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