
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por turbulências nos mercados, com fatores internos e externos – como as novas tarifas propostas por Donald Trump – elevando a aversão ao risco. Ainda assim, alguns ETFs (fundos de índice) conseguiram se destacar, com desempenhos que chegaram a mais que o dobro da valorização do Ibovespa no período.
É o que mostra um estudo da Quantum Finance, compartilhado com o InfoMoney. Segundo o levantamento, os 15 principais ETFs tiveram ganhos superiores a 20% nos seis primeiros meses do ano. O destaque do ranking foi um fundo que acumulou valorização de 36%. No mesmo intervalo, o Ibovespa subiu 15%.
Entre os líderes de performance está o TRIG11, ETF que replica o índice Teva Ações Micro Caps. O fundo busca refletir o retorno de uma carteira composta pelas empresas de menor capitalização da bolsa – especificamente aquelas que compõem os 5% com menor valor de mercado.
Segundo Werner Roger, CIO da Trígono Capital, gestora do fundo, o desempenho fundo está ligado ao perfil das empresas da carteira, especialmente as de tecnologia.
“O TRIG11 investe apenas em empresas com valor de mercado superior a R$ 300 milhões, excluindo as nanocaps. Também são eliminadas da carteira empresas com patrimônio líquido negativo. Assim, o ETF realiza lucros vendendo os papéis que subiram e compra os que caíram, independentemente do motivo.”
Outros ETFs que aparecem entre os mais rentáveis são o SCVB11, também voltado a small caps brasileiras, e o BDO11, que investe em 90 empresas com mais de 50% da receita proveniente do mercado interno. Ambos são geridos pela Investo.
Danilo Moreno, especialista de ETFs da Investo, atribui o bom desempenho a uma combinação de fatores internos e externos. Ele lembrou que, no início do ano, o mercado projetava um cenário adverso, com dúvidas sobre a política fiscal e uma curva de juros pressionada – mas parte dessas preocupações não se concretizou.
“Ao longo do primeiro semestre, o Brasil surpreendeu positivamente, com pequenos avanços na agenda fiscal e melhora na percepção de risco. Esses fatores, somados a um ambiente internacional mais favorável para mercados emergentes, contribuíram para um fluxo relevante de capital estrangeiro para a bolsa brasileira.”
Além dos ETFs ligados a empresas menores, a lista de destaques também inclui fundos focados em dividendos, em futuros de commodities e até produtos financeiros com foco em ESG, segmento que vinha enfrentando resistência nos últimos meses.
Veja tabela completa:
Nome | Patrimônio Líquido* | Retorno** |
---|---|---|
Trg Smic Capci (TRIG11) | R$ 22.046.452,26 | 36,69% |
It Now Ifnc Ci (FIND11) | R$ 194.786.302,50 | 31,36% |
Ishares Ecoo Ci (ECOO11) | R$ 37.212.846,35 | 29,53% |
B-Index Morningstar Setores Defensivos Brasil Fundo De Índice (BDEF11) | R$ 125.967.703,96 | 27,00% |
Ishares Smal Ci (SMAL11) | R$ 2.008.217.753,10 | 26,85% |
Nuibovhighbtci (HIGH11) | R$ 8.996.376,49 | 26,64% |
It Now Smallci (SMAC11) | R$ 203.602.697,20 | 26,58% |
Investo Marketvector Brazil Domestic Exposure Etf (BDOM11) | R$ 11.659.840,90 | 25,91% |
BTG Smll Capci (SMAB11) | R$ 9.705.509,05 | 25,82% |
BTG Div Realci (TIRB11) | R$ 3.537.342,53 | 25,58% |
It Now Ise Ci (ISUS11) | R$ 15.010.739,20 | 25,34% |
BB ETF Índice Futuro de Boi Gordo B3 Fdo de Índice (BBOI11) | R$ 48.849.713,89 | 24,68% |
Investo Marketvector Brazil Small Cap Value ETF – (SCVB11) | R$ 5.184.802,48 | 23,17% |
ETF ESG BTG Ci (ESGB11) | R$ 10.797.363,65 | 23,16% |
B-index Morningstar Brasil Pesos Iguais fundo de índice (BREW11) | R$ 68.623.588,29 | 22,43% |
* Data de corte: 11/07/2025
** Entre 2/1/2025 e 30/6/2025
- Leia também: Como investir em ETF – confira o guia completo
Riscos e cuidados
Assim como qualquer produto financeiro, os ETFs também envolvem riscos. Segundo Moreno, é essencial que o investidor compreenda bem o índice que está sendo replicado, sua metodologia e composição, para garantir que o fundo esteja alinhado aos seus objetivos.
Outro ponto de atenção, afirmou ele, são os custos – tanto os explícitos (como taxa de administração) quanto os implícitos (como spread de compra e venda), especialmente em ETFs que investem em outros ETFs.
Além disso,disse, é importante lembrar que a volatilidade pode variar entre os diferentes fundos, e que fatores como concentração setorial, variação cambial (em ETFs internacionais) e regras tributárias também devem ser considerados na escolha.
“Por isso, entender o próprio perfil de risco e os objetivos de investimento é fundamental para tomar decisões mais assertivas”, disse.
The post Small caps, dividendo, ESG: os ETFs que ganharam com folga do Ibovespa no 1º semestre appeared first on InfoMoney.
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