
Os investidores que compraram CDBs e LCAs atrelados à inflação em junho garantiram remuneração maior do que quem investiu nesses papéis no mês anterior. Por outro lado, as taxas dos títulos pós-fixados — atrelados ao CDI — caíram, em movimento explicado pelas expectativas sobre a Selic e demanda pelos papéis.
Segundo levantamento da Quantum Finance feito a pedido do InfoMoney, a taxa média dos 54 CDBs pós-fixados com vencimento em seis meses emitidos em junho foi de 98,67% do CDI, abaixo dos 99,72% de média em maio. Nos papéis mais longos, de 36 meses, a remuneração caiu de 100,71% para 100,33% do CDI. Nas LCAs, isentas de Imposto de Renda, houve movimento parecido: queda de 92,66% do CDI em maio para 92,18% em junho nos pós-fixados de 36 meses.
Joaquim Neto, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, explica que “o aumento da Selic implicou em aumento do custo de captação destes títulos e, ao reduzir as taxas oferecidas aos investidores, as instituições buscam compensar seu maior custo de captação”. Além disso, com um cenário recheado de incertezas, os pós-fixados são mais procurados, o que também favorece a diminuição das taxas pelos emissores.
Remuneração dos títulos bancários pós-fixados emitidos entre 31 de maio e 30 de junho de 2025 | ||||||
Título | Prazo (meses) | Taxa mínima (% CDI) | Taxa máxima (% CDI) | Taxa máxima (% CDI) | Nº de emissões | Emissor da maior taxa |
CDBs | 3 | 97,50% | 99,53% | 105,00% | 36 | Paraná Banco |
6 | 96,50% | 98,67% | 102,50% | 54 | BTG Pactual e Banco Industrial do Brasil | |
12 | 90,00% | 99,02% | 105,50% | 61 | Banco Mercantil do Brasil | |
24 | 96,50% | 99,34% | 120,00% | 43 | Banco Master de Investimento | |
36 | 99,00% | 100,33% | 106,25% | 32 | Adbank Brasil | |
LCAs | 6 | 80,00% | 89,46% | 93,00% | 142 | Banco da Amazônia |
12 | 81,50% | 90,68% | 93,50% | 186 | Banco da Amazônia | |
24 | 88,50% | 91,11% | 98,50% | 61 | Banco da Amazônia | |
36 | 89,50% | 92,18% | 94,50% | 37 | ABC Brasil |
Na contramão dos pós-fixados, os títulos bancários atrelados à inflação ofereceram retornos maiores em junho na comparação com as taxas de maio. Nos CDBs com vencimento em 12 meses, a remuneração média foi de 9,18% além do IPCA contra 8,97% em maio. No mesmo período, as LCAs pagaram IPCA + 7,76% ante 7,41% no mês anterior.
O aumento na remuneração acontece por que o prêmio real — juro acima da inflação — precisa compensar o aumento do risco fiscal e incertezas inflacionárias futuras, como dívida pública crescente, gastos do governo e perda de ancoragem das expectativas, explica Anderson Kuntzler, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos.
Remuneração dos títulos bancários atrelados à inflação emitidos entre 31 de maio e 30 de junho de 2025 | ||||||
Título | Prazo (meses) | Taxa mínima (IPCA +) | Taxa média (IPCA +) | Taxa máxima (IPCA +) | Nº de emissões | Emissor da maior taxa |
CDBs | 12 | 8,73% | 9,18% | 9,72% | 142 | ABC Brasil |
24 | 7,72% | 8,17% | 8,65% | 101 | Haitong Brasil | |
36 | 7,22% | 7,80% | 9,15% | 149 | Haitong Brasil | |
LCAs | 12 | 7,00% | 7,76% | 8,46% | 170 | ABC Brasil |
24 | 6,31% | 6,75% | 7,20% | 70 | ABC Brasil | |
36 | 6,11% | 6,41% | 6,70% | 19 | ABC Brasil |
Nos prefixados, as taxas tiveram movimentos mistos, com alta nos papéis mais curtos e títulos com vencimento longo pagando menos. Os CDBs para seis meses pagaram, em média, 14,45% ao ano ante 14,21% em maio. Já os mais longos, de 24 meses, tiveram leve queda na remuneração média — de 13,65% para 13,59%.
Nas LCAs, a taxa média dos títulos com vencimento em seis meses subiu para 12,78% ante 12,60% de maio. Nos papéis de 36 meses, houve queda de 12,01% para 11,96%.
Remuneração dos títulos bancários prefixados emitidos entre 31 de maio e 30 de junho de 2025 | ||||||
Título | Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Nº de emissões | Emissor da maior taxa |
CDBs | 6 | 14,23% | 14,45% | 14,79% | 41 | ABC Brasil |
12 | 14,05% | 14,42% | 15,05% | 60 | Banco do Estado do Rio Grande do Sul | |
24 | 13,37% | 13,59% | 13,93% | 21 | Haitong Brasil | |
36 | 13,16% | 13,90% | 14,62% | 20 | Sinosserra Financeira | |
LCAs | 6 | 12,50% | 12,78% | 13,11% | 121 | ABC Brasil |
12 | 12,38% | 12,82% | 13,22% | 170 | ABC Brasil | |
24 | 11,82% | 12,12% | 12,40% | 58 | ABC Brasil | |
36 | 11,71% | 11,96% | 12,16% | 17 | ABC Brasil |
LCAs ou CDBs: o que vale mais a pena?
Para comparar as taxas de LCAs e CDBs, é preciso fazer o gross up, uma conta que adiciona o Imposto de Renda às taxas das LCAs, isentas, para mostrar se a remuneração líquida desses papéis é maior do que a de CDBs. Ao fazer o cálculo, Kuntzler é direto: “a melhor opção atualmente são as LCAs e LCIs, pela isenção de imposto de renda”.
Ele calcula que as LCAs de 24 meses, que pagaram, em média, 91,11% do CDI em junho, oferecem retorno equivalente a um CDB de 107,19%. A taxa média para esses CDBs, porém, foi de 99,34% do CDI. Nos papéis de 36 meses, a remuneração média das LCAs foi igual a de um CDB de 108,45% do CDI, embora esses papéis tenham entregue taxa média de 100,33% do CDI.
Neto, porém, pondera que “diferente dos CDBs, que podem ter liquidez diária, LCAs têm carência mínima para resgate, assim como menor disponibilidade de emissores aptos e as variáveis de liquidez e emissores são fundamentais na escolhe de títulos de renda fixa”.
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