
Apesar de um ambiente doméstico mais conturbado após a derrota do governo Lula no Congresso, as taxas dos títulos do Tesouro Direto operam em queda nesta quinta-feira (26), puxadas pela queda nos juros dos Treasuries americanos. O alívio externo ajuda a compensar a pressão local provocada pelo avanço da pauta fiscal no Legislativo.
Na sessão anterior, a Câmara e o Senado aprovaram o projeto de decreto legislativo que revoga o aumento do IOF decretado pelo Executivo em maio. A medida representa uma derrota significativa para o governo, com impacto estimado em R$ 10 bilhões na arrecadação deste ano.
Ainda assim, os juros de longo prazo abriram em leve baixa nesta manhã, refletindo o ambiente externo mais favorável. Os investidores reagiram à possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antecipar a indicação de um novo nome para comandar o Federal Reserve (Fed), o que pressionou os yields americanos para baixo e ajudou a aliviar os prêmios exigidos nos títulos brasileiros.
Às 9h29, o Tesouro IPCA+ 2050 marcava 6,94%, contra 6,95% no dia anterior. O Tesouro IPCA+ 2029 recuava de 7,60% para 7,55%, enquanto o Tesouro Prefixado 2028 caía de 13,49% para 13,45%.
A queda nos juros dos Treasuries ocorreu após o Wall Street Journal noticiar que Trump estuda antecipar o anúncio de seu indicado à presidência do Fed, cujo atual mandatário, Jerome Powell, tem mandato até maio de 2026. Entre os cotados estão nomes como Kevin Warsh e Scott Bessent, com perfil mais favorável a uma política monetária pró-crescimento.
Mesmo sem efeito prático imediato, a sinalização influenciou as expectativas do mercado sobre a trajetória dos juros nos EUA, contribuindo para o alívio das taxas em diversos mercados.
No âmbito local, outro fator positivo foi a divulgação da prévia da inflação. O IPCA-15 avançou 0,26% em junho, após alta de 0,36% em maio, um pouco abaixo da expectativa do consenso de mercado, que esperava alta 0,30%.
Por outro lado, o mercado segue atento aos desdobramentos da questão fiscal, já que agora o governo terá que buscar alternativas ao decreto do IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo estuda criar novas fontes de receita, como a tributação de dividendos, fazer cortes adicionais em áreas sociais como saúde e habitação, e até mesmo a judicialização da decisão.
Confira as taxas dos títulos do Tesouro Direto às 9h29 desta quinta-feira (26):

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